Ser Conformado ou Inconformado? Lembranças da Minha Primeira Pregação

Lembro que eu tinha apenas 12 anos, recém-batizado e com o coração ardendo de vontade de ajudar na congregação.

Desde cedo, sempre fui apaixonado por leitura e, mesmo sendo apenas um pré-adolescente, já sentia o desejo de compartilhar um pouco do que havia aprendido.

Hoje, entendo algo importante: Conhecimento guardado é como semente esquecida na gaveta, só frutifica quando é colocado em prática. E a prática, embora não leve à perfeição, certamente nos conduz à experiência.

Quinze anos se passaram e, com um pouco mais de bagagem, quero voltar no tempo para relembrar o texto da minha primeira pregação, um texto que, por incrível que pareça, nunca mais usei como base.

Chegou a hora de revisitar essa mensagem.

Lembro que era uma reunião das mulheres na congregação. Eu tinha ido acompanhar minha mãe, que seria a dirigente naquele dia. No momento da mensagem, ela olhou para mim e disse com um sorriso:

— Hoje você será o responsável por trazer a palavra.

Naquele instante, minhas pernas tremeram. Senti o peso da responsabilidade e o medo de a voz falhar.

Afinal, falar sobre si mesmo já é difícil, mas falar sobre outra pessoa é mais complexo ainda. E quando essa pessoa é Deus, a responsabilidade parece imensa.

O texto que me veio à mente foi 1 João 2:15-17: “Não amem o mundo, nem o que nele há. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele. Pois tudo o que há no mundo — o desejo da carne, o desejo dos olhos e a ostentação dos bens — não provém do Pai, mas do mundo. O mundo e a sua cobiça passam, mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre.”

Com 12 anos, talvez eu não pudesse falar com profundidade sobre o amor, mas sobre desejos, ah, isso eu entendia bem! Sabia o que era ser tentado por coisas que agradam aos olhos, e também sentia o desafio de decidir quais seriam as prioridades que moldariam meu caráter.

Naquela ocasião, acrescentei outro versículo que se tornaria um guia para minha vida:

Romanos 12:2 – “E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.”

Ontem, ao relembrar disso, me perguntei: Por que nunca mais falei sobre isso? Já tive tantas oportunidades de pregar, tantas chances de abrir a Bíblia, mas acabei deixando essa reflexão de lado.

E então me lembrei desse espaço e vim aqui escrever para vocês. E após quase 2 anos vim aqui deixar um texto para refletir com você sobre a diferença entre ser conformado e ser inconformado.

Precisamos nos rebelar contra tudo que nos afaste do nosso Criador.

Conformar-se significa aceitar com facilidade que algo externo molde o seu jeito de pensar, agir e viver. É se adaptar ao mundo sem questionar se isso está nos aproximando ou afastando de Deus.

Este texto é apenas a introdução. No próximo, vamos aprofundar essa conversa e entender como viver de forma inconformada diante de um mundo que tenta nos moldar a todo instante. Tenho histórias para contar e reflexões para compartilhar… espero que você esteja comigo nessa jornada.