Bezalel: O Chamado das mãos que constroem para Deus

Quando pensamos em chamados bíblicos, quase sempre lembramos de homens que pregaram, profetizaram ou conduziram multidões.

Lembramos de Moisés erguendo o cajado, Elias orando pelo fogo do céu, Paulo pregando nos areópagos. Mas existe um personagem pouco lembrado, cujo chamado não foi falar, mas fazer: O artesão Bezalel.


Sim, Bezalel não foi chamado para liderar multidões, mas para colocar as mãos na obra. E sua vida nos ensina que o chamado de Deus não se limita ao púlpito ou ao microfone, mas alcança também o trabalho, a excelência, a criatividade e a fidelidade nas tarefas que parecem “comuns”, mas que, diante de Deus, são eternas.


O Chamado de Bezalel

A primeira vez que ouvimos o nome de Bezalel é em Êxodo 31:1-5. O próprio Senhor diz a Moisés: “Eis que chamei por nome a Bezalel, filho de Uri, filho de Hur, da tribo de Judá; e o enchi do Espírito de Deus, de habilidade, de inteligência e de conhecimento, em todo artifício, para elaborar desenhos e trabalhar em ouro, em prata, em bronze, em lapidar pedras de engaste, em entalhes de madeira; enfim, para toda obra.”

Note algo poderoso: Deus chamou pelo nome. Não foi um chamado genérico, não foi uma convocação em massa, foi um chamado individual. E esse chamado não era para falar, mas para trabalhar com as mãos.

Enquanto Moisés subia o monte para ouvir a voz de Deus, Bezalel recebia a missão de construir com precisão aquilo que representaria a presença divina no meio do povo: O tabernáculo, a arca, os utensílios santos.

O que aprendemos? Que o chamado de Deus não se limita a pregar, mas se estende a todo aquele que trabalha com suas mãos para a glória do Senhor.


A Função: Fazer com Excelência

Bezalel foi capacitado pelo Espírito Santo não para realizar milagres espetaculares, mas para trabalhar com excelência.

Ele foi cheio de habilidade (saber técnico), inteligência (discernimento no uso dessa habilidade) e conhecimento (capacidade de aplicar o que sabia). Essa combinação nos mostra que o Espírito Santo atua também no campo profissional, no talento, na criatividade, na execução perfeita.

Hoje, infelizmente, muitos querem apenas posições de destaque, mas poucos querem colocar a mão na obra. Querem holofotes, mas não aceitam anonimato. Querem microfone, mas não abraçam martelo e formão. Bezalel nos ensina que a obra de Deus precisa de mãos habilidosas, consagradas e comprometidas.

Quantos de nós hoje estamos sendo negligentes em nosso trabalho? Quantos fazemos de qualquer jeito, como se fosse algo sem importância? A verdade é que, quando o trabalho é feito para Deus, não existe tarefa pequena.

O tabernáculo só brilhou porque um homem comum decidiu fazer tudo com perfeição.


O Legado de Bezalel

Bezalel não aparece pregando em praças, não escreveu cartas às igrejas e não fez profecias. 

Seu nome está ligado a objetos. Objetos que apontavam para Cristo. Objetos que ficaram marcados na história como parte da presença de Deus entre os homens.

O legado de Bezalel foi a obra bem-feita. Seu legado foi mostrar que as mãos de um homem cheio do Espírito podem construir aquilo que manifesta a glória de Deus.

E esse legado ecoa até hoje: Se Bezalel tivesse sido negligente, a arca não teria sido a mesma; se tivesse relaxado, o tabernáculo não teria refletido a beleza de Deus. Mas porque ele decidiu fazer tudo com dedicação, seu nome entrou na história bíblica.


Aplicação em Nossos Dias

E aqui está a grande lição: O chamado de Deus também envolve suas mãos.

Não importa se você é pedreiro, costureira, médico, professor, empreendedor ou servidor público. Se você foi chamado por Deus, seu trabalho é parte da adoração. Cada tijolo assentado com honestidade, cada roupa costurada com capricho, cada planilha feita com integridade, cada negócio conduzido com justiça, tudo isso pode ser uma expressão de adoração.

O mundo olha para o resultado da sua obra e enxerga a quem você serve.

Se o seu trabalho é relaxado, bagunçado, desonesto, ele grita mais alto do que o seu discurso. Mas se é feito com excelência, dedicação e temor, ele se torna testemunho vivo da presença de Deus em sua vida.

Em nossas finanças isso também se aplica:
  • Quando administramos bem o que temos, mostramos que somos mordomos fiéis.
  • Quando trabalhamos com disciplina, evitamos dívidas e desordem.
  • Quando usamos nossas habilidades para produzir, multiplicar e servir, nos tornamos instrumentos nas mãos de Deus.
O chamado de Bezalel hoje nos convida a sair da mediocridade, a rejeitar o “mais ou menos” e a abraçar a excelência.

Conclusão

Bezalel nos lembra que Deus não procura apenas pregadores, mas também trabalhadores que façam da obra de suas mãos um altar.

Ele foi chamado pelo nome, cheio do Espírito e capacitado para transformar madeira, ouro e pedras em objetos que refletiam a glória de Deus.

E nós? Estamos colocando nossas mãos à disposição do Senhor ou estamos desperdiçando talentos em obras sem valor eterno?

Nunca se esqueça: O chamado de Deus sobre a sua vida pode estar naquilo que você faz todos os dias.

A diferença está em como você faz e para quem você faz.

Assim como Bezalel, que sua vida e seu trabalho sejam lembrados não pelo que você falou, mas pelo que construiu para a glória de Deus.

Comentários

Faça um blogueiro feliz! comente e deixe sua opinião.

Postagem Anterior Próxima Postagem