Tem gente que vive com essa fantasia de que um dia vai atingir um ponto mágico da vida em que tudo estará alinhado: Mente equilibrada, contas pagas, fé inabalável, disciplina de monge, corpo de atleta, coração sem mágoas e, claro, o feed do Instagram impecável.
Essa utopia do “ser humano 100% funcional” já devia estar classificada como transtorno de negação da realidade.
A verdade nua, crua e levemente desconfortável é a seguinte: Perfeição é uma mentira que a gente compra parcelado em 12x com juros da frustração.
A obsessão por ser perfeito não só é inútil, como também é chata.
Gente que nunca erra não tem história boa pra contar. Nunca passa vergonha, nunca aprende nada e ainda por cima acha que é professor da vida alheia. O que é bem irônico, porque quem se acha perfeito geralmente é um grande ignorante e nem percebe.
A beleza da imperfeição
Errar é feio? Depende. Feio mesmo é achar que não erra nunca.
A imperfeição tem uma coisa que a perfeição não tem: Caráter. Sim, porque é no erro que a gente se revela, aprende, cresce e melhora.
O erro é o maior professor gratuito que existe. E diferente de muita palestra por aí, ele nem cobra ingresso.
Pessoas imperfeitas têm uma vantagem: São acessíveis. São humanas. Sabem rir de si mesmas. E geralmente são aquelas que têm as melhores histórias, os melhores conselhos e os abraços mais sinceros.
Já os “perfeitinhos”? Esses estão sempre ocupados demais mantendo a pose, ajustando o filtro e fingindo uma felicidade que nem sentem.
Perfeição projetada nos outros
E como se não bastasse querer ser perfeito, a gente ainda quer que os outros sejam também. Aí começa a desgraça emocional: Você idealiza alguém — amigo, namorado, pastor, sócio, mentor — e acredita que finalmente encontrou a pessoa certa. Até que ela mostra uma falha básica e você sente que foi traído.
Mas calma lá. A pessoa não te enganou. Você que inventou um personagem e esperou que ela atuasse. A frustração não veio da falha dela, veio da sua ilusão.
Imperfeições que constroem vínculos
Gostar de gente perfeita é fácil… até que se torna insuportável. Porque perfeição, na prática, é um muro. Você admira de longe, mas não consegue se aproximar. Já pessoas imperfeitas criam pontes. Elas erram, pedem desculpa, se atrapalham, aprendem com você — e é aí que a conexão verdadeira acontece.
A imperfeição é o terreno fértil da amizade sincera, do amor sem filtro e da fé real. É nesse solo acidentado da vida que a graça floresce, que Deus age, que a gente cresce de verdade.
Então, por favor, pare de tentar ser perfeito. Comece a ser real. Real com você. Real com Deus. Real com os outros.
Pare de se cobrar por não ter chegado lá, por ainda estar quebrado, por às vezes estar cansado, endividado ou confuso. Isso não te faz menos cristão. Te faz humano. E spoiler: Foi por humanos que Jesus veio.
A perfeição pode até ser uma meta bonita nas redes sociais, mas na vida real, ela é desnecessária.
O que conta mesmo é ter coragem de continuar em construção mesmo com erros, tropeços, aprendizados e recomeços.
Você não precisa ser perfeito. Só precisa ser fiel. O resto, Deus conserta no caminho.

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