Uma História Real: O Último culto de um obreiro fiel

Nesse texto, quero compartilhar com vocês uma experiência que mexeu muito comigo e acredito que pode edificar a vida de todos nós.

Foi há poucos dias. Recebi a notícia de que o irmão Valtemir, um servo de Deus muito querido, havia voltado do hospital com um diagnóstico terminal de câncer. Seu estado era delicado e a família já sabia que ele estava nos seus últimos momentos.

Era noite e chovia bastante. Saímos para fazer aquela visita que, confesso, no meu coração já sabia que seria a última. Chegando à casa dele, notamos que era uma casa bem simples, sem acabamento, chão de cimento batido... mas irmãos, havia uma paz ali dentro que eu não sei explicar. A presença de Deus era muito real naquele ambiente.

Ao entrar, vi aquele irmão deitado, bem debilitado, bem magrinho... com a voz bem fraca. Mas quando ele nos viu, tentou sorrir e sussurrou: “Deus é bom... Ele é fiel.” Aquilo me quebrou. Era o mesmo irmão que eu via nos cultos com o pandeiro na mão, sempre animado, firme na obra, sempre evangelizando, sempre disposto.

Logo outros irmãos foram chegando. De várias igrejas, de várias denominações. E ali, ao redor da cama daquele servo, começou um culto. Ninguém marcou, ninguém combinou... mas Deus preparou.

As pessoas davam testemunhos de como a vida do irmão Valtemir tinha impactado suas vidas. Um dizia que se converteu depois de uma visita dele, outro dizia que aprendeu com ele o que é ser servo de verdade. Irmãos, foi impossível segurar as lágrimas. E mesmo ali, doente, sofrendo, ele consolava os outros. Dizia: “Não chora não, Deus sabe o que faz.”

O momento mais marcante foi quando ele, com muito esforço, começou a cantar: “Sim, eu amo a mensagem da cruz, até morrer eu a vou proclamar...”

A voz saía fraca, mas firme. A fé dele era mais forte que a doença. E todos nós cantamos com ele, chorando, sentindo que estávamos presenciando algo que não acontece todo dia.

Fomos embora com o coração apertado, mas cheios da presença de Deus. No dia seguinte, veio a notícia: O irmão Valtemir havia descansado. E eu entendi... aquele foi o último culto da vida dele. Deus nos deu o privilégio de estar ali.

No velório, não teve gritaria nem desespero. Teve louvor, teve gratidão, teve paz. Era como se todos soubessem: O servo terminou a carreira, guardou a fé e agora foi receber a coroa da justiça.

Eu aprendi que Deus usa até os últimos momentos de alguém para ensinar, corrigir, consolar. Através do irmão Valtemir, vi o que é ser fiel até o fim. Mesmo em dor, ele não reclamava. Só glorificava.

Que o nosso coração também esteja preparado. Que a nossa vida seja como a desse servo: firme até o último suspiro. Porque pra quem serve a Cristo, a morte não é o fim é o começo de uma nova vida com Ele, em glória.

"Mas a nossa cidade está nos céus, de onde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, que transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso..." Filipenses 3:20-21.